Sempre saímos em busca de alguma coisa que nos complete, ou
que apenas nos divirta. Colocamos nossa melhor roupa, inventamos um novo
penteado, e chegamos animados em mais uma balada.
Musica boa, gente feliz, um bom conhaque, e amigos.
E ele não estava lá, ótimo, já havia até esquecido do
sorriso dele.
A gente sempre pensa que esqueceu. Viaja, sai com os amigos,
ta tudo certo... Até vê-lo chegar. Daí meu amigo, tudo desmorona e ficamos
soterrados, com arritmia.
As batidas do som...
E esse coração que bate acelerado.
Dançar... E fingir que este sorriso forçado é verdadeiro.
Esquecer é a regra principal. Não se pode querer, seria inaceitável!
Mas o querer é como o pensar, penso a todo tempo.
E o barulho, e as vozes que não são a dele...
Tenho agora um rosto embriagado. Olhos tristes e um sorriso
mudo.
E as lágrimas, eternas companheiras...
Existem coisas que nos completam em certos momentos,
momentos esses, que desejaria reviver ao menos mais uma vez.
Vê-lo em outros rostos, virou mania. Seja aqui, em Belo
Horizonte, ou no Amapá.
Chega uma hora, que copos são pesados demais, segurar uma
mão poderia ser melhor.
Cá estou eu, rouca, bêbada e tola. E ele está lindo. E
amanha, quando eu acordar, sóbria, ele ainda estará lindo.
E eu estarei arrependida, por não ter lhe falado nada, ou por
já ter falado muito.
Sempre saímos em busca de alguma coisa que nos complete, ou
que apenas nos divirta... E agora voltamos pra casa, soluçando, e pensando:
será que ele pensa em mim?